Voltar à terra

Viver numa EcoAldeia

- Agosto 22, 2017 -

Têm sido muitos comentários e as perguntas que me têm enviado sobre as ecoaldeias de Portugal. Percebo que um estilo de vida mais ligado à natureza seja um sonho e uma urgência, sobretudo para o planeta. Aqui está mais uma eco aldeia, no Vale da Sarvinda, distrito de Castelo Branco(Beira Baixa que eu tanto amo). O Pedro Gois está na origem deste projeto e pediu que o divulgássemos no Voltar à Terra, parece muito interessante.

Aqui estão as fotos e as informações da eco-aldeia:

“Às margens do Rio Pónsul e à poucos quilômetros da fronteira com Espanha, o Vale da Sarvinda é uma miscelânia de projetos relacionados à permacultura, bio-produção e agricultura biológica, além de um visionário camping ecológico voltado para o turismo rural e nomeado de “13 Luas”. Situado no interior do Parque Natural do Tejo Internacional e distante cerca de 6,5 quilômetros da aldeia mais próxima, a pequena Alfrívida, o Vale da Sarvinda está rodeado de uma natureza exuberante e repleta de vida selvagem, sendo possível cruzar com alces, javalis, diversas espécies de pássaros, anfíbios, répteis e insetos. 

O principal objetivo do Vale da Sarvinda é ser uma comunidade agrícola completamente auto-sustentável e autónoma do mundo que a rodeia. Autonomia, contudo, não deve ser confundido com independência: o Vale da Sarvinda tem um profundo laço de interdependência com toda a comunidade e as aldeias que a rodeiam à medida que incrementa a economia local, sendo um importante  pólo de produção agrícola 100% biológica e que respeita os princípios do desenvolvimento sustentável. Para isso, o Vale da Sarvinda tem três pilares fundamentais:

– Sustentabilidade Energética: em um sistema económico pautado pelo capital e pelo lucro, as principais fontes energéticas são altamente agressivas ao meio-ambiente. Nós acreditamos que já existe tecnologia capaz de gerar energia sem impactar negativamente para o planeta e queremos ser exemplo disso. Com centenas de painéis solares espalhados por todo o Vale, tornamo-nos uma pequena usina de produção energética baseada na iluminação solar, dispensando completamente a rede energética comum. Nossa energia é 100% limpa e renovável, sendo proveniente daquela que é a maior fonte de energia deste planeta: o Sol.

– Sustentabilidade Alimentar: com o distanciamento entre o homem e a terra, nossa alimentação mudou. E para pior. Atualmente, o mercado garante uma imensa variedade de produtos em abundância cuja cadeia de produção é completamente desconhecida do público. Com uma economia pautada no dinheiro e com uma imensa oferta de produtos por parte destes mercados, a sociedade assimila que o dinheiro é escasso e que os produtos são abundantes, enquanto na natureza, os produtos são escassos e dinheiro é abundante, na medida que é apenas papel cujo valor somos nós quem assimilamos. Propomos uma alimentação completamente livre de processos químicos e/ou industriais. Nós plantamos tudo aquilo que comemos, mas não somos vegetarianos. Entendemos que, na natureza, a sustentabilidade alimentar também é pautada pela criação de animais com objetivo de aproveitar seus derivados (ovo da galinha, leite e queijo caprino).

– Sustentabilidade Económica: mesmo vivendo de forma autónoma, somos interdependentes do mundo que nos rodeia. Isso significa que a sustentabilidade económica à nível monetário também é fundamental para que possamos adquirir produtos pessoais e de higiene. Ganhar dinheiro não tem mal nenhum! Ter uma renda é vital para a sobrevivência do homem, dentro do atual modelo de mercado. Por isso, o Vale da Sarvinda funciona como uma espécie de incubadora de ideias e projetos, em um modelo que incentiva cada integrante da comunidade à desenvolver seus próprios projetos profissionais e/ou pessoais, com intuito de ganhar dinheiro. Por cá, prevalece a ajuda mútua, afinal, nós acreditamos no trabalho coletivo!

Buscamos voluntários dispostos à vir conhecer nossa comunidade para fixarem-se cá por um período superior a um ciclo lunar (28 dias). O período de experiência no voluntariado é bastante enriquecedor e consiste em 20 horas semanais de trabalho, de segunda à sexta-feira. O alojamento (em quarto privado ou compartilhado) e a alimentação (maioritariamente vegetariana) ficam por nossa conta. Neste momento, estamos desenvolvendo um projeto de horta em mandala e a construção de um galinheiro. Temos planos para iniciar um grande projeto de Land-Art (também seguindo o padrão de Mandalas), para além de nossas tradicionais produções aromáticas e de cogumelos shiitake. Para voluntários que tenham carta de condução / viatura própria, sempre é uma opção que auxiliem-nos com a distribuição remunerada dos produtos agrícolas.

Sobre os requisitos necessários:

– Vontade de trabalhar em uma equipa dinâmica

– Gostar da vida no campo: simples, cansativa e divertida

– Gostar de ter novas experiências e conhecer novas pessoas

Vale lembrar que não temos qualquer vínculo político-partidário, com nenhuma organização governamental e nenhum caráter religioso. Somos apenas uma comunidade de pessoas trabalhadoras das mais diversas áreas (construção civil, engenharia elétrica, artes, ciência política, agronomia), que apreciam a tranquilidade na vida no campo e prezam por valores como respeito ao princípio democrático nas questões coletivas e a liberdade invididual nas questões pessoais.” Pedro Góis

 

 

 

 

e sigam-me no Instagram @anabelateixeiraoficial

 ou no facebook 

 

 

Categoria: Nas Hortas

 

 

Deixe um comentário

13 comentários de “Viver numa EcoAldeia

  1. Ja pesquisei muito na internet e esta aldeia foi a que mais me atraiu.Estou mesmo interessada em ir

    viver para um sitio como esse.Muito obrigado pela atençao dispensada.rosario tavora

  2. Boa tarde, aceitam uma voluntária mãe solteira de uma menina de 3 anos? Quero muito ir viver para um sítio como o vosso e quero levar a mi há filha comigo, mudar a nossa forma de viver para melhor. Desejo abandonar a minha casa na cidade e o meu emprego que me faz muito infeliz e viver em contato com a natureza, num ambiente mais calmo e harmonioso onde será benéfico também para a minha filha crescer. Aguardo resposta, obrigada.

  3. Bom dia, Gente de luz,
    Somos um casal jovem 57 e 54 anos, Fernando e Monica Fernandes.
    Já vem de longos anos a nossa insatisfação com o modelo de vida que estamos vivendo e decidimos, ainda que tardiamente, dar um basta a esta aflição e ansiedade que nossas vidas estão nos impingindo.
    Viver a experiência aqui proposta será senão uma bela descoberta, com grande possibilidade de encontrar um renascimento.
    Somos pessoas simples, de gosto simples, educadas e culturalmente enriquecidas. Posso desenvolver trabalhos em construção pois trabalho na área de remodelações, minha esposa é professora e é maravilhosa em alfabetizar crianças e no ensino de matemática.
    Tenho uma carrinha de sete lugares que tanto serviria para transporte de pessoas como para transporte de mercadorias, bastando apenas retirar os bancos.
    Vamos nos conhecer???
    Gostava imenso de ter esta oportunidade.
    Aguardo vosso contacto.
    Forte abraço,
    Fernando e Monica Fernandes.

  4. teresa jesus duarte

    Olá, estou bastante interessada em ingressar num projecto assim. Cansada do “mundo moderno”, cansada de viver entre carnívoros, do cheiro deles ate… sim sou uma vegan e vegetariana desde 92. Muito grata se me poderem ajudar e quais as condições de acesso ou como vos encontrar.
    muito obrigada

Deixe um comentário

Os campos marcados com * são obrigatórios.