- Junho 13, 2015 -
No dia de Santo António, padroeiro das causas amorosas, vou falar-vos de um tipo de amor que aprendi a admirar. É o amor que se desenvolve ao redor da agricultura biológica. O amor dedicado aos produtos bio. Não é só o sabor deles que é melhor, pois concentram vitaminas e minerais na sua forma mais pura. Não é só o facto de estarmos a proteger o planeta, porque os pesticidas e herbicidas usados na agricultura convencional ficam no caudal da água durante anos e, na terra, pelo menos de dois a quatro anos (o tempo da”conversão” – um dos termos que tenho ouvido muito nos últimos meses). Trata-se do tempo necessário para a terra recuperar e poder ser usada pela agricultura biológica. Estes motivos chegariam, mas não é deles que quero falar. E sim do amor, da dedicação que tenho presenciado nos agricultores que a praticam. Vivem as agruras das plantas, falam com elas, sentem as suas securas, os fungos, os roedores e não apenas porque precisam delas para viver (seja para sustento próprio ou para vender). É porque estabelecem com a terra uma relação diferente, íntima e inesperada. Sentindo o ciclo da vida como ela realmente é. Fazemos parte da terra, somos terra.
Esta é a verdadeira carta de amor que, no dia de Santo António, eu queria dedicar a todos eles, que aos sábados estão nos mercados a vender, a sorrir, a ensinar e a partilhar experiências. Por eles, até arrisco fazer uma rima popular:
Meu querido Santo Antoninho
sempre tão ecológico,
Vende-me lá um raminho
que seja biológico!
Fotos: Mercado do Príncipe Real (Lisboa), Mercado do Campo Pequeno (Lisboa), Mercado do Parque Marechal Carmona (Cascais)
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